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Os candidatos João Antonio (Novo), Eric Lessa (PP) e Fábio José (PMN) foram os primeiros sabatinados pelas entidades representativas da classe empresarial no evento Fórum Caruaru – Eleições 2018. Os políticos apresentaram suas candidaturas e propostas de mandato, principalmente, com foco nos temas escolhidos pelas instituições organizadoras: distribuição de água/saneamento, anel viário e BR-232, para o público formado por empresários, jornalistas e integrantes da sociedade civil.

Após a explanação de cada candidato, os integrantes das entidades deram seguimento ao debate com novos questionamentos de interesse da classe empresarial, tendo como perspectiva o desenvolvimento econômico do município. Entre os outros assuntos que foram abordados estão: segurança pública, defesa das pautas locais nos cenários estadual e nacional, reformas trabalhista e previdenciária e o combate à corrupção.

O professor João Antonio (Novo) foi o primeiro a participar da iniciativa. O candidato a deputado federal ressaltou o empreendedorismo, o liberalismo e a educação em seus posicionamentos. “Caruaru é o centro comercial e empreendedor do Agreste. Mestre Vitalino é um exemplo de empreendedor. O São João da cidade surgiu da iniciativa privada, de uma competição que o transformou no maior do mundo. O empreededorismo tem tudo a ver com a doutrina e a ideologia liberal”.

Sobre a BR 232, o candidato defendeu a necessidade de refazer a iluminação, no trecho entre Caruaru e Recife, e a concessão da rodovia para a iniciativa privada como caminho a ser tomado. “Eu não dirijo na 232 à noite. Acidentes poderiam ser evitados se houvesse uma iluminação satisfatória em vários dos pontos da BR, que é importante demais para a cidade de Caruaru e para todo o entorno da região, foi um obra necessária. Como solução liberal, eu cito uma reportagem, do site do INISP, que elencou as vinte melhores rodovias do Brasil pelo Confederação Nacional do Transporte (CNT). As 19 primeiras são em São Paulo e todas elas são privadas”.

Para modernização do sistema do abastecimento de água e do sistema de esgotamento sanitário, ele afirmou: “existem soluções que foram testadas em Israel e no interior da Inglaterra, que eu poderia chamar, basicamente, de provedores de água, pequenas empresas que gerem o fornecimento de água de forma privada para pequenos bairros. Se pudéssemos enxugar a máquina, o dinheiro economizado iria para o saneamento”.

A proposta do candidato para o anel viário é a parceria entre os setores público e privado. “O anel viário é uma ideia interessante e é necessário que seja concluído, mas é difícil acreditar que todos os recursos venham do poder público. É importante que os empreendedores de Caruaru entendam a importância dessa obra. Eu acredito que a gente consegue com propostas de parcerias público-privada e de gestão privada, assim será possível concluir mais rapidamente”.

O segundo sabatinado pelas entidades foi o Delegado Lessa (PP). Sobre a BR 232, o candidato a deputado estadual pontuou: “existem pontos positivos e negativos sobre a concessão desse instrumento importante de desenvolvimento para o interior do Estado. Os positivos são segurança pública e viária e manutenção da rodovia. Entre os negativos está o preço do pedágio. Tendo em vista que um estudo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aponta que o trânsito diário da BR 232 é de, aproximadamente, 20 mil veículos. O pedágio nacional tem um valor médio de R$ 3,50 e para ser cobrada essa taxa seria necessário um fluxo de 20 mil veículos/dia”.

Sobre a distribuição de água, o candidato disse: “Percebo que não há um pensamento, em médio e longo prazo, sobre o abastecimento de água e o saneamento básico no município. Verifiquei, no ranking das 100 maiores cidades do País, que Caruaru está na 64ª colocação, com apenas 93.5 % de água tratada e 43% de coleta de esgoto. Caruaru desperdiça, aproximadamente, 53% de todo o recurso hídrico da cidade em detrimento da média nacional que é de 37%. É preciso planejamento, educação e orientação, inclusive para desenvolver o comércio local dando segurança aos investidores. Em relação ao anel viário, Eric Lessa defendeu que a obra seja concluída. “Eu acredito que é necessário que haja um plano de estudo envolvendo o Plano Diretor da cidade, que tem tudo a ver com o assunto”.

Fábio José (PMN) encerrou as sabatinas do primeiro dia de evento. O candidato a deputado federal destacou sua trajetória política e se disse contrário às concessões como soluções para os temas propostos. Sobre a BR 232, ele propôs: “existe a hipótese dela se tornar uma rodovia que seria privatizada com os pedágios. Eu sou contra. Temos recursos federais destinados ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que são para essa manutenção. Faltam pessoas para fiscalizar e essas pessoas são os políticos. Nós precisamos e devemos com o mandato de deputado federal, com as emendas parlamentares, destinar recursos para a manutenção dela e cobrar dos órgãos fiscalizadores e executores, para que assim a BR fique novamente adequada para o tráfego”.

Para a questão da distribuição de água, Fábio José defendeu: “Caruaru tem um sistema hídrico que nunca foi o suficiente para abastecer a população. Hoje, nós temos alguns mananciais que são novos. Só que nós temos um sistema hidráulico da década de 1950. É uma ideia nossa: fiscalizar e trazer, de fato, projetos para melhorar a situação hídrica de Caruaru, principalmente, para que os sistemas estrutural e hidráulico sejam refeitos com os estudos necessários para que a água chegue e chegue com qualidade”.

Quando abordado sobre o anel viário, apresentou a proposta de criação de uma via expressa. “Como deputado federal, vou articular e, principalmente, trazer emendas. Nós temos um projeto de viaduto subterrâneo, que já existem vários no País. Nosso projeto era construir, do Alto do Moura até as Rendeiras, uma via expressa, para ônibus e para veículos, chegando na Avenida Rio Branco. Essa via passaria por baixo, um subterrâneo e sairia depois do Pátio de Eventos e daí se integraria com o anel viário. Também teria um espaço para ciclovia. O anel viário também faz parte da mobilidade que é preciso ser revista em Caruaru. Uma via expressa seria muito mais útil para a cidade.